Facções criminosas estão presentes em 40% de Rondônia, aponta levantamento

Grupos criminosos brasileiros e estrangeiros estão em 344 das 772 cidades dos nove estados que compõe o território. Comando Vermelho (CV) é a mais presente.


A presença de facções criminosas cresceu e chegou a 45% dos municípios que compõem a Amazônia Legal, indica pesquisa divulgada nesta quarta-feira (19) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

Das 772 cidades, 344 apresentaram alguma evidência da presença de facções, conforme o levantamento (veja no mapa abaixo). O aumento é de 32% em relação a 2024, quando 260 tinha facções.

Nove estados compõem a Amazônia Legal Brasileira: Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.

Facções nos municípios da Amazônia Legal

Pesquisa aponta que criminosos estão em quase metade das cidades dos 9 estados.

Para o FBSP, o crescimento está diretamente ligado ao controle das rotas de tráfico de drogas na região, como no Alto Solimões. Crimes locais, entre eles o garimpo ilegal, também contribuíram para a expansão dos grupos criminosos (leia mais abaixo).

Está é a 4ª edição do estudo Cartografias da Violência na Amazônia, que conta com parceria do Instituto Clima e Sociedade, do Instituto Itausa, do Instituto Mãe Crioula e do Laboratório Interpretativo Laiv.

São 17 grupos diferentes identificados pelos pesquisadores, como o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC), além de grupos locais e até internacionais, como o Tren de Aragua, da Venezuela, e a ex-Farc, da Colômbia.

Segundo o estudo, o CV tem influência em 83% do total de cidades com presença de facções, chegando a 286 cidades -- seja de forma hegemônica ou em disputa com outros grupos criminosos.

Originário do Rio de Janeiro, o CV domina o crime organizado em 202 cidades, enquanto disputa a hegemonia com rivais em outros 84, de acordo com dados do Fórum. Houve crescimento de 123% de sua presença na Amazônia desde 2023, quando estava em 128 cidades.

O Primeiro Comando da Capital (PCC) está em 90 municípios, com controle da criminalidade em 31 e disputando o domínio em outros 59. Em 2023, estava em 93 cidades.

As 17 facções identificadas na Amazônia:

  • Comando Vermelho (CV);
  • Primeiro Comando da Capital (PCC);
  • Amigos do Estado (ADE);
  • Bonde dos 40 (B40);
  • Primeiro Comando do Maranhão (PCM);
  • Famílai Terror do Amapá (FTA);
  • União Criminosa do Amapá (UCA);
  • Comando Classe A (CCA);
  • Bonde dos 13 (B13);
  • Bonde dos 777 (dissidência do CV);
  • Tropa do Castelar;
  • Piratas do Solimões;
  • Bonde do Maluco (BDM);
  • Guardiões do Estado (GDE);
  • Tren de Aragua (Venezuela);
  • Estado Maior Central (ECM, da Colômbia);
  • Ex-Farc Acácio Medina (Colômbia).

Rota do tráfico e modo de atuação favoreceu o CV, indica pesquisador

Segundo David Marques, gerente de projetos do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a presença maior do Comando Vermelho na região é justificada pela descentralização, enquanto o PCC, por exemplo, centraliza as decisões em seus chefes de São Paulo.

Presença das facções nos estados

A presença nos estados varia conforme a localidade: quanto mais próximo da fronteira com outros países da América do Sul, mais forte a presença.

O Acre, que faz divisa com Peru e Bolívia, tem presença em 100% dos seus 22 municípios. Já o Tocantins, no outro lado, na divisa com o Nordeste, tem 12% das 139 cidades com registro de grupos criminosos.

Veja baixo:

  • Acre: 22 de 22 municípios (100%);
  • Amapá: 10 de 16 (62,5%);
  • Amazonas: 25 de 62 (40%);
  • Maranhão (parte amazônica): 53 de 181 (29%);
  • Mato Grosso: 92 de 141 (65%);
  • Pará: 91 de 144 (63%);
  • Rondônia: 21 de 52 (40%);
  • Roraima: 13 de 15 (80%);
  • Tocantins: 17 de 139 (12%).

Fonte: G1

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